Por Amy Borges Moreira

A saúde dos ecossistemas aquáticos vem sendo alterada em virtude do escoamento de efluentes e resíduos químicos, da presença de resíduos sólidos, farmacológicos, dos compostos radioativos, dos orgânicos persistentes, da entrada de espécies invasoras e de eventos ambientais extremos. O surgimento de doenças e de patógenos de origem aquática sinalizam um desequilíbrio, podendo gerar diversas consequências. Ainda, a presença de patógenos terrestres em ecossistemas aquáticos e em animais aquáticos demonstraram como a saúde ambiental e animal, terrestre e aquática, são interdependentes. Compreender o potencial e dinâmica de veiculação hídrica de patógenos é muito importante para o desenvolvimento de medidas de prevenção e mitigação. Diante do desequilíbrio ecológico, observa-se também perda de biodiversidade. Esses problemas, somados ao aquecimento global, podem intensificar-se e, por exemplo, contribuir para a florescência de algas nocivas.

Adicionalmente, diversas espécies aquáticas têm sido indicadas como sentinelas. Ao olhar da Saúde Única ou “One Health”, a saúde de animais sentinelas reflete a saúde do ambiente em que vivem. E reflete também em nós: humanos. Ainda com menos frequência, são também conhecidos os grandes desastres nos oceanos com derramamentos de óleos. Os efeitos tóxicos no mar trazem consequências indeterminadas, estendendo-se à população litorânea, dependente das atividades, como a pesca e aquicultura. E, tão importante quanto, é a saúde fluvial para as populações dependentes dos ecossistemas fluviais.

A Rede “ECOHA One Health Brasil – Ecossistemas Aquáticos: saúde animal, humana e ambiental” tem abordagem temática interdisciplinar e a proposta de discutir questões, buscar parcerias, cooperações e desenvolver ações e pesquisas transdisciplinares voltadas à saúde humana, animal e ambiental no âmbito da saúde dos ecossistemas aquáticos. Para saber mais, contacte-nos através do e-mail [email protected] e siga-nos no Instagram @onehealthecoha, Facebook @ECOHA e no Trello.